Prezado Caetano, aquele jornal na banca de
revista tem tido serventia para cacas de gatos e cães, nada tropicalista a vida
lacrada na vertical, mal humor perene no elevador, nada de bom dia, boa noite,
boa tarde, tá faltando aquela paradinha na horizonte, justamente messes tempos
onde grande parte das pessoas nem se ligam na tua existência e deslizam em
reboladinha Anitta. A cidade necessita tocar os pés na areia, corpo nas águas
domar, Iemanjá carinho bom da padroeira das ondas. Sabe que tem uma coisa que
não tá perdida, acreditar naquela esperança de um dia chegarmos aquilo que se
deseja, morder a cereja, passar o dedo no creme do bolo.
Vidinha bem selfie, e amenina pisou desastrada
no vazio linha férrea do METRÔ, humana carne moída tecnologia, branquinho ficou
puto, interrupção da linha, indignação, chegou atrasado no trampo. Já tem
dezoito ele, vai apertar o verdinho naquele que não se deve pronunciar o nome,
olha que o figura curte a erva, acredita piamente na liberdade embora, ache a
democracia um lixo.
Na passada descolei esse recadinho pra ti,
gosto de caminhar por essa cidade que não é melhor da América do Sul, a fumaça
borrou as estrelas e o sol tá cada vez mais ácido. Preciso dar um pulo aí pelo
Rio para uns papos sem eira nem beira, tá moderno à beça tocando com a
rapaziada, quero envelhecer feito você, para isso tenho caprichado na água de
coco, tapioca, cerveja, um abraçaço. .