Crônicas
futiba 2 – Louco por ti Curintia!
Antes da coisa motivo desse papo nosso,
vou sair um pouquinho da linha para fazer um relato que, provavelmente constará
de minha biografia quando for um escritor famoso ou na ausência de tal
idolotria, resolver como pensionista me dedicar na escrita de um romance
fictício em que serei o personagem principal enfim, certa noite meu pai chegou
em casa, me tirou da mesa ainda com o frango entre os dentes, dizendo eufórico
que iríamos ver uma partida do Corinthians, chegando no estádio qual foi a sua
surpresa, a peleja envolvia São Paulo e Ponte Preta, diante disso, abracei as
causas rubro negras, bora ao que interessa.
Estava na casa de pessoa, não por causa de
pessoa, aliás, pessoa não vai muito com a cara de minha pessoa, nem sei se
gosta do Fernando Pessoa que sem dúvida só não é tão solar quanto João Pessoa. Era
ali por motivos protocolares, não, protocolo não, essa palavra assim como,
infectologista dá certa dor de barriga nesses dias, pelo menos se estamos isolados
temos um banheiro por perto. Vivemos numa cidade onde WCs públicos são tão
raros como gente dizendo bom dia, já reparou? enfim, rolava uma festa qualquer,
carne na grelha, cervejas variadas, o que é curioso nesse negócio de churrasco
é que a gente sempre sai do lugar com
fome, pelo menos nesse dia teve um cara que ficou um bom tempo na
churrasqueira, tô para fazer churrasco assim como para encher laje, apareço,
até levo umas cervejas mas, não sei cortar a carne, tem um ponto no corte para
que não fique dura, no caso da laje tenho as mãos finas, sou alérgico ao
cimento, trabalho duro em demasia, prefiro manter distância, dureza já basta a
minha.
Puxa, que coisa, acabo de me lembrar, tem
hora que nos lembramos de fatos que queríamos deslembrar e brota do nada para
nos chatear, era aniversário da filha de pessoa, o real motivo de me achar por
ali, na verdade não era o dia do nascimento propriamente dito no entanto, nessa
terra existe um certo comprometimento com o sábado, não importa a data que
viestes ao mundo, a tua festa será no dia da criação comigo não violão,
comemoro no dia que cai dezessete do sete e faço festa e tudo. Tinha bolo,
brigadeiro além do gato assado só que, docinhos só quando “papis” chegasse, não
posso deixar de dizer que roubei alguns, adoro chocolate com cerveja. O cara
enfim chegou, cidadão bacana, ex-marido de pessoa, não sei nem quero saber o
motivo do rompimento mas, o cara se chegou ao meu lado, ficamos de prosa, não
tinha visto tamanha cabeleira até então, olha que conheço a filha dele desde os
tempos de cronista de jornal de bairro, nunca tive apego em saber de privadas
vidas, pessoa ficou de butuca, sigo o lema, tá no inferno abrace o diabo, ele
comentou que por pouco recuou em aparecer porém, a atual mulher impôs, ou vai
ou jejua durante um mês. Não perdia uma partida do timão, puxei meu telefone e
disse que poderia ver ali mesmo, percebi quando pessoa quase pulou numa raiva
súbita, para não ficar para trás, sacou da bolsa a verba, pagou o jogo para que
o cara assistisse no sofá com todos os mimos, assim como faziam nos tempos em que adoravam um biro biro.