Bananeira não sei
Sei não de rola contigo, essa
coisa de desvarios para cobrir ausência de gente, decidi não fumar por um tempo
mas, comprei fumo para o cachimbo, a fumaça dá certo alivio quando ganha o
espaço alheio, parece que dialoga com você enquanto se perde no ar, sabe essa
coisa de ser solto sem eira nem beira? pois é, ela pode fazer isso, não nasci
para estar trancado assim como tu, creio eu. Por essa época de ano qualquer já
estávamos prontos para viajar na segunda semana de janeiro, nessa impossibilidade
comprei um videogame novo, está perto do moderno só que, não dá para ficar
enchendo o saco da minha filha com jogos excessivos de FIFA, ela tem seu mundo
particular, a gente que tanto critica os telefones portáteis, pelo menos no meu
caso, aprendi que são o lance para cobrir qualquer lacuna. Pode ser que você
também tenha essa sensação louca de todos os males num único dia, a transpiração
absurda, a inspiração banal e uma baita preguiça de escrever algo, saí do
inferno do Dante, diante do
purgatório nem passei da primeira estrofe, o cara era brilhante, preciso achar
uma brecha para o momento em que encontrará Beatriz, para isso também deverei estar
me sentindo melhor, a literatura que tanto ocupa o nada, ficou chata sem um bom
papo para falar sobre e sobre tantas coisas adquiri uma coisa bem legal chamada
Viagem ao redor do meu quarto de um
cara chamado Xavier de Maistre, se
puder deveria ler, estou pelo meio do livro, trata-se de uma bela lição de como
se pode transformar o vazio, trancado o autor disseca de forma divertida até,
sobre o isolamento. A gente nem sabe onde isso tudo vai dar e me senti numa puta
inveja da turba insana dançando “fanqui” com copos de plástico numa matéria
pela tv de manhã, se é para morrer que seja assim, num paraíso infernal da
maior irresponsabilidade, logo eu que sempre fui inconsequente fazendo bico
para o nem aí dos outros, a velhice com certeza é uma das piores decorrências
da vida. Sabe o lance, é pena não ser burro não sofria tanto? nunca me senti
tanto nesse escrito do velho Raul,
por falar em música tenho viajado num jazz e para não deixar de lado a rima
vulgar, enquanto jaz o dia ou os dias, a possibilidade sonora misturada com a
genialidade é de estourar a caixinha de som, fiquei matutando uma crônica dia
desses e parei num João Donato,
assim nada escrevi, me perdoe por isso papel caneta, ainda teremos muito para
fazer, por hoje apenas uma saudação para o eterno.
Sensacional o escrito das ausências e presenças desses tempos tão incertos.
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