A minha mãe costuma dizer que não
devemos deixar contas para pagar no próximo ano, durante algum tempo levei isso
em consideração, nada ficava para resolver no ano que se iniciava, até mesmo a
leitura tratava de deixar em dia, muita coisa mudou, é estranho para quem se
veste de vermelho praticamente todos os finais de semana, passar a virada de
ano todo de branco. Nessa manhã solar depois da bruta chuva de ontem, acordei
com algumas ideias na cabeça, rabisquei versos, sentindo o café quente assisti
o belo O palhaço de Selton Mello, não
sei qual motivo me impediu de ver essa película no cinema, assim como as coisas
que relatei lá atrás, as salas de cinema ficaram um tanto chatas, outra coisa é
que rapidamente os filmes já estão disponíveis em DVD deixando de lado aquela necessidade
frenética das filas, com certeza não foi nada disso, o oba oba talvez em torno
dele, ao final do filme que sensação boa de que finalmente podemos ver um
autentico cinema de arte realizado por mãos tão jovens, fã dessas historias que
acabam e que nos levam para longas discussões no Café, me senti triste por
estar só assistindo ao filme, quase cinema francês se me permite? Falta para o
cinema brasileiro aquela estatueta preciosa, o tal Oscar, se não veio com Central do Brasil, pode vir com essa obra
do Selton embora, sempre pinte um filme iraniano pelo caminho, essa coisa do Ahmadinejad deixa os americanos fulos. Acho que a tal
estatueta irá para Os intocáveis
dirigido por Eric Toledano e Olivier Nakache, uma história que faz a gente
refletir sem aquela pieguice de lágrimas tristes, claro que elas rolam mas,
pela magia sobretudo de transformar um drama em um salto para se ser feliz
minimamente, nada é pior que a compaixão, voltar a ver alguém depois de uma rusga tola só pelo fato desta
estar próxima do encontro com o criador né não?
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