A
vila
é
certo que treme a mão
sabe
que tem isso
que
a gente
pensa
que nunca vai sentir
tudo
cambia
o
grisalho na cabeça
de
meu amigo de infância
que
vejo tão pouco
mas
quando encontro
rola
um abraço desses
que
nem irmão de sangue
saca
como é
você
mira a mão esquerda
que
parece se distanciar
se
mexe
como
se ouvisse Elvis Presley
cara,
quando foi que você
caminhou
descalço?
tem
tempo
era
época
que
não tinha nada disso
carros
em volumes plenos
estes
quando passavam
só
anunciavam
a
super cândida e a pamonha
do
you remember?
no?
nem
love songs?
a
morte não passava
do
medo pela sessão de terror
que
pintava em branco e preto
por
volta da meia noite
futebol
era pelo rádio
e
Ananias pensava que era o Zenon
o
chapéu na cabeça do velho Cícero
fazia
com que parássemos a bola
para
que passasse ao lado de seu cão Nero
e
tínhamos pavor do Pezão
é
certo que quase ninguém se lembra disso
pensar
dói
por
mais “bandeidi” que se use
ele
sempre cai
às
vezes sangra
mas
tem hora
que
a coisa já cicatrizou
a
lágrima do dia que passou
nada
que vaza pelos olhos
é
água por dentro
que
se mistura entre as veias
destilando
o olhar
fitando
as mãos
na
expectativa pelas tetas
que
nunca irão tocar
Obrou bem!
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