Quando necessito da crônica é a poesia
que pinta. Procuro adaptar os versos num enredo e, a linha para a pena e a
ideia não segue adiante. Queria ficar
só, nada além disso. Puxei o cachimbo, mesa na calçada, taberneiro trouxe
torresmo e uma Colorado. Harmonizar manhã/tarde de sábado. Essa coisa eterna de
estar sendo filmado, não gosto muito de citações mas, é inevitável não se
sentir dentro de um 1984. A tinta preta da caneta, o café na cerveja papel
branco. A íris sol, gente que passa presa na coleira do cachorro, poucos
passeiam com carrinho de criança, na para onde me exercito é a maior
cachorrada. Geraldo me traz água, coloca uma de rapadura no balde, conhece os
meus hábitos, me trata como filho, sabe que nunca tive um pai, enquanto o povo
que aprecia a sua feijoca não chega, sou cercado de mimos. Ele, aprecia os
líquidos que bebo, curte o aroma da fumaça, é um cidadão flor, exala odores de
paz, calejadas mãos, porradas desferidas, muito mais recebidas, a sina quase
sempre é assim, cai, levanta, correria para que o bicho não coma. Foi numa
noite ébria que o conheci, estava com alguns que não voltei a rever, ele chegou
na casa do poeta pra preparar o cordeiro. Você diz que não tem preconceito mas,
no fundo rola certa tendência de não curtir determinada coisa. Certo cochicho
entre os meus, fui, parti, por isso não voltei para o grupo. A criança, antes
de qualquer outro, correu para lhe dar um abraço. Algumas aplicações
equivocadas, desfiguraram um pouco o rosto, os peitos cresceram bem Fafá,
precisa importar os sutiãs, preparou o prato que saliva só em lembrar, batemos
longo papo, adotou Shirley como nome, o chamo de Gê, no fundo é travesti mais
lindo do planeta.
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