domingo, 23 de setembro de 2012

canção





Meu querido André

Acho que agora

Posso morrer em paz

Não que eu queira

Nem que você deseja

Mas ontem outro dia

Antes da fidalguia

Conhecer os seus pais

A felicidade

Só tinha um sorriso

Perdão

Também tinha o de Paulinha

Meu velho novo sobrinho

Genro

Filho

Que me desculpem

Costas e Malgarisis                                                                                                      

A sua gargalhada

Tá ecoando

Na solidão

Das linhas que destilo

O poeta faz do silêncio companhia

Aquela tua fantasia

Um dia você vai perceber

Nada mais é

Do que uma segunda pele

Eu, euzinho, o canalha

Com aquele monte de livros

Rezava na bíblia

Do super homem “Niti”

Ali, diante daquela mesa

Nem sabe o quanto chorei

Foi lágrima feliz

Não se entristonha

Se não nós choramos tristes

A infelicidade tá em todo canto

Na retina fadigada

Certa melancolia não passa

Coisa boa

Pessoas não pescam

Elas querem defeitos

Cidade alerta

Desinteligência elas flertam

Hoje, aqui

Falta mesa, cadeira

Seus pais me deram

Umas BICs pretas

Por isso escrevo esses versos

Todo coisa de sentar e comer

Estão na sua casa

A minha casa é sua

Tolinho, besta poeta

Viva Paulinho Barba

Reclamando linhas biltres

Fosse um lar

Meu/seu

Já seria bom

Poderia deixar o imóvel pra ti


Que você veio morar aqui

Não dentro deste coração

Que não é nada

Só enche a gente de encheção

Essa válvula nos limita

Já imaginou viver em função dele?

Talvez Toninhos e Lucianas

Pitucas, Sábiás, Solanges

vivam por essa coisa que pulsa

cara, vem cá

senta qui do meu lado

coisinha tosca né não?

Mas antes que o Wagner

Venha lavar os nossos pés

Nem sabe ele

Que em toda esquina tem farmácia

Preciso dizer

Que agora

Você mora na minha cabeça

 

 

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