Meu querido André
Acho que agora
Posso morrer em paz
Não que eu queira
Nem que você deseja
Mas ontem outro dia
Antes da fidalguia
Conhecer os seus pais
A felicidade
Só tinha um sorriso
Perdão
Também tinha o de Paulinha
Meu velho novo sobrinho
Genro
Filho
Que me desculpem
Costas e Malgarisis
A sua gargalhada
Tá ecoando
Na solidão
Das linhas que destilo
O poeta faz do silêncio companhia
Aquela tua fantasia
Um dia você vai perceber
Nada mais é
Do que uma segunda pele
Eu, euzinho, o canalha
Com aquele monte de livros
Rezava na bíblia
Do super homem “Niti”
Ali, diante daquela mesa
Nem sabe o quanto chorei
Foi lágrima feliz
Não se entristonha
Se não nós choramos tristes
A infelicidade tá em todo canto
Na retina fadigada
Certa melancolia não passa
Coisa boa
Pessoas não pescam
Elas querem defeitos
Cidade alerta
Desinteligência elas flertam
Hoje, aqui
Falta mesa, cadeira
Seus pais me deram
Umas BICs pretas
Por isso escrevo esses versos
Todo coisa de sentar e comer
Estão na sua casa
A minha casa é sua
Tolinho, besta poeta
Viva Paulinho Barba
Reclamando linhas biltres
Fosse um lar
Meu/seu
Já seria bom
Poderia deixar o imóvel pra ti
Só
Que você veio morar aqui
Não dentro deste coração
Que não é nada
Só enche a gente de encheção
Essa válvula nos limita
Já imaginou viver em função dele?
Talvez Toninhos e Lucianas
Pitucas, Sábiás, Solanges
vivam por essa coisa que pulsa
cara, vem cá
senta qui do meu lado
coisinha tosca né não?
Mas antes que o Wagner
Venha lavar os nossos pés
Nem sabe ele
Que em toda esquina tem farmácia
Preciso dizer
Que agora
Você mora na minha cabeça
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