domingo, 27 de maio de 2012

Lingua


Vai dizer você

Que é rima ruim

Nesse momento quando já era

Expectora essa saudade

Dentro de mim

Se vale um abraço

Se tem peso um beijo

Serafins querubins

Esse dia de teus anos

O sorriso dessa manhã

Sabiá assovia para a Lua

Estende uma oferta funesta

Um biscoito qualquer

Acaricia os pelos

Esquece a cabeça que dói

Se dimentica de tudo

A moça na cama

É uma grande fragrância

Pequena porção

Carregada de sentimento

Sabe azul céu

As letras em preto

Enchendo o papel

Vem dizer você desses versos

Quando Alcides procura uma cifra

Quer colocar trombone na palavra

Londrina está entre nós

Nosso coração na terra vermelha

Raquel nasceu por aquelas bandas

Paraná, Santa Catarina

Vou ter que ir para o sul

Vai dizer que não tenho o que fazer

Quando eu disser

Que vou para o sul

Encontrar o meu norte

Tá certo, tudo bem

Solange acordou

Procurou pela cama

Não achou pessoa

Caminhou descalça pela casa

Sentia o chão

Como quando criança

Na terra batida do quintal

A casa em ordem

A vida nem tanto

Se dá um jeito para a vida

Ela sempre se desarranja

A vida é fogo

Foda é a morte

Tem um momento

Que chega sem aviso

Solange sorriu

Quando viu o moço

No meio do sol

Tinha na língua

O gosto da feijoada

Puxou a figura

Saciou o desejo

Encheu a casa

De um velho amor

Um jeans

Que nunca se esquece

Quando feira era finita

Queria um pastel de vento

Sede de garapa

No fundo

Bem no fundo

Sonhava com uma semana

Só de domingos