terça-feira, 5 de janeiro de 2021

 


Bananeira não sei

 

Sei não de rola contigo, essa coisa de desvarios para cobrir ausência de gente, decidi não fumar por um tempo mas, comprei fumo para o cachimbo, a fumaça dá certo alivio quando ganha o espaço alheio, parece que dialoga com você enquanto se perde no ar, sabe essa coisa de ser solto sem eira nem beira? pois é, ela pode fazer isso, não nasci para estar trancado assim como tu, creio eu. Por essa época de ano qualquer já estávamos prontos para viajar na segunda semana de janeiro, nessa impossibilidade comprei um videogame novo, está perto do moderno só que, não dá para ficar enchendo o saco da minha filha com jogos excessivos de FIFA, ela tem seu mundo particular, a gente que tanto critica os telefones portáteis, pelo menos no meu caso, aprendi que são o lance para cobrir qualquer lacuna. Pode ser que você também tenha essa sensação louca de todos os males num único dia, a transpiração absurda, a inspiração banal e uma baita preguiça de escrever algo, saí do inferno do Dante, diante do purgatório nem passei da primeira estrofe, o cara era brilhante, preciso achar uma brecha para o momento em que encontrará Beatriz, para isso também deverei estar me sentindo melhor, a literatura que tanto ocupa o nada, ficou chata sem um bom papo para falar sobre e sobre tantas coisas adquiri uma coisa bem legal chamada Viagem ao redor do meu quarto de um cara chamado Xavier de Maistre, se puder deveria ler, estou pelo meio do livro, trata-se de uma bela lição de como se pode transformar o vazio, trancado o autor disseca de forma divertida até, sobre o isolamento. A gente nem sabe onde isso tudo vai dar e me senti numa puta inveja da turba insana dançando “fanqui” com copos de plástico numa matéria pela tv de manhã, se é para morrer que seja assim, num paraíso infernal da maior irresponsabilidade, logo eu que sempre fui inconsequente fazendo bico para o nem aí dos outros, a velhice com certeza é uma das piores decorrências da vida. Sabe o lance, é pena não ser burro não sofria tanto? nunca me senti tanto nesse escrito do velho Raul, por falar em música tenho viajado num jazz e para não deixar de lado a rima vulgar, enquanto jaz o dia ou os dias, a possibilidade sonora misturada com a genialidade é de estourar a caixinha de som, fiquei matutando uma crônica dia desses e parei num João Donato, assim nada escrevi, me perdoe por isso papel caneta, ainda teremos muito para fazer, por hoje apenas uma saudação para o eterno.