sexta-feira, 1 de agosto de 2014

luiza


Dourado dia, a roseira cortada no início do inverno em tão pouco tempo já dá sinais de vida, deve sentir que em breve chega a primavera que vai ter o seu apogeu no verão como prega a canção. Azul o céu, nada de chuva, algum pecado andou fazendo São Paulo para que Pedro não molhe os seus pés, terá que cumprir a penitência de se arrastar de joelhos orando por seus filhos. Seguimos em frente até mesmo quando estamos descendo a ladeira, tem um cara que passa pela rua que sempre me estende a mão, a esmola é apenas um encontro das faces que carregam nossas linhas do tempo, não sei de onde vem, o que faz ou quem é, acho que deve me conhece desde menino, tem gente que não lhe estica o braço, fito o figura até que ele se perca numa outra rua, caminha suave, segue como uma cartilha, a primeira que estudei, é assim que é sabia? O começo gera certa euforia, depois se questiona, viver é um lance que vale muito. Tem uma coisa que outro dia passou mas não ficou batida, teve eco na memória,acontece que não ganhou papel, tinha sempre uma palavra que faltava nesses dias velozes, já começa agosto, que porre sem diversão, bom quando bebemos e fazemos festa, preciso te dizer uma coisa, só aqui entre nós, comecei a reler algumas crônicas para um livro que penso em lançar e, entre uma e outra sempre rola alguma frase sobre um trago qualquer, vou precisar lançar a segunda cartada ébria, não sei se isso vai me levar ao resgate de um tempo que óbvio não vai voltar, época daquela birosca na esquina, lugar que costumava chamar de canto de sonhos, por ali muito amor/dor, sentimentos tão próximos né não? Foi numa noite Leminskiana que o cabra tomou coragem, se aprochegou da moça lhe oferecendo um beijo, era a cachaça mas também a vontade, no fundo era um elixir para ajudar na pegada, ela sorriu, se esquivou, não foi movimento de boxeador embora, estivesse presa nas cordas, aos poucos com toda a didática que lhe é peculiar saiu do embaraço, não de todo felizmente, era coisa feita que se achassem pelo caminho e dali para os beijos foi um pulinho, parece que foi ontem aquela noite, logo logo comemoram bodas de algum objeto espero que tenha festa, quando abrem a casa fazem petiscos ótimos, coisa fina. Hoje pensei neles, liguei para a moça ela não me atendeu, liguei para o cara idem, parei de discar, andam chateados pela perda da cachorrinha que tinham acabado de adquirir, se para muitos janeiro é hora de repaginar, se para outros o regime começa na segunda, agosto para eles é hora de recomeçar, bola prá frente ragazzi, vai que na primavera ela reaparece.