quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Caro Caetano

Prezado Caetano, aquele jornal na banca de revista tem tido serventia para cacas de gatos e cães, nada tropicalista a vida lacrada na vertical, mal humor perene no elevador, nada de bom dia, boa noite, boa tarde, tá faltando aquela paradinha na horizonte, justamente messes tempos onde grande parte das pessoas nem se ligam na tua existência e deslizam em reboladinha Anitta. A cidade necessita tocar os pés na areia, corpo nas águas domar, Iemanjá carinho bom da padroeira das ondas. Sabe que tem uma coisa que não tá perdida, acreditar naquela esperança de um dia chegarmos aquilo que se deseja, morder a cereja, passar o dedo no creme do bolo.
Vidinha bem selfie, e amenina pisou desastrada no vazio linha férrea do METRÔ, humana carne moída tecnologia, branquinho ficou puto, interrupção da linha, indignação, chegou atrasado no trampo. Já tem dezoito ele, vai apertar o verdinho naquele que não se deve pronunciar o nome, olha que o figura curte a erva, acredita piamente na liberdade embora, ache a democracia um lixo.

Na passada descolei esse recadinho pra ti, gosto de caminhar por essa cidade que não é melhor da América do Sul, a fumaça borrou as estrelas e o sol tá cada vez mais ácido. Preciso dar um pulo aí pelo Rio para uns papos sem eira nem beira, tá moderno à beça tocando com a rapaziada, quero envelhecer feito você, para isso tenho caprichado na água de coco, tapioca, cerveja, um abraçaço.  .