segunda-feira, 22 de abril de 2013

Com a morte na alma

Outro dia uma amiga faleceu depois de ter lutado bravamente contra a morte, foi uma batalha imensa a dela, pena não ter conseguido vencer, a vida é única, claro, oficorsi.  Hoje acordei mais cedo que de costume, na verdade, o sono veio mais em função das biritas e, ao despertar puxei um papel para escrever uma crônica qualquer, essa coisa do livro tem me tirado o sono, essa tal ansiedade saca?  Acabei nem escrevendo nada, fui lavar umas louças da bagunça do final de semana, acho legal ficar de boa tirando a sujeira das coisas, certa vez escrevi que deveríamos limpar tudo sabe? Foi numa época em que falei sobre os dentes, o lance de ir ao dentista, foi um texto bacana, vou colocá-lo aqui qualquer hora para você ler, então o que tem a ver tudo isso com título aí em cima? Sei lá não sei como diz o samba, acontecem algumas coisas entende? Ontem amigo veio me visitar mas, antes de falar dele preciso confessar que peguei este título emprestado do Sartre, é um bom livro esse, o francês era porreta, um romance dele chamado A náusea é bem isso mesmo, teve um tempo que eu lia muito Sartre, depois fui ler Camus, tenho esse apetite por esses escritores que provocam manja? Então, como dizia ontem um amigo veio me ver, trouxe umas cervejas legais, ficamos de papo até que ele veio me falar de religião, assunto chato, durante o final de semana rolou no meio da festa da bambina algumas perguntas sobre deus, nada muito sério, o tema entrou em pauta por causa de um poema do Fernando Pessoa inclusive,  o que penso a respeito disso não importa, então esse meu amigo começou a falar sem parar, prezado leitor chapa meu, fui ficando irritado com a direção que a prosa estava tomando, tentei mudar de assunto e nada, não tinha como o cara sair disso, de um tempo para cá tenho notado que assim como aumenta leitoras dos tais cinquenta tons também tem crescido o numero de gente amiga correndo para os templos, igrejas e  afins, nada contra, o problema é que simplesmente vão deixando de viver, não podem sair em determinado dia pois é o dia de cumprir a obrigação, no caso  deste meu amigo tenho cá para mim que ele anda com a morte na alma, disse entre tantas coisas que ele sempre estava acompanhado de um monte de gente, com aquele ar de sarro que me é peculiar perguntei onde estão? e ele me respondeu que tinham ficado lá fora, puxa, tantos espíritos passeando por aí falei para ele, foi aí que o cara se transformou, quebrou copo, xingou, brigou, destruiu meu chapéu e incrédulo fiquei me indagando onde foi que ensinaram para ele que o simples fato de você não exercer crença nenhuma te coloca em desvantagem, além de que cazzo de religião é essa que prega a desarmonia? gente que vai morrendo aos poucos atrelado a um fanatismo qualquer, quando ele
 quando ele foi embora comecei a  juntar os cacos que ele deixou, pensei na vida que ele tinha e na que a minha amiga  queria ter, com todas  as coisas numa pá, entendi sem querer que até mesmo a nossa amizade longa de irmãos estava indo para o lixo.