Tem esse lance que carrego comigo, de
utilizar palavras que já não se usa mais, poeta com conhecimento parco em
gramática, já tive um nome, depois virei número e é nessa condição que me
encontro até hoje. Tenho a senha na fila do leite poesia, provável que o
luminoso permaneça apagado para os dígitos que seguro, curto mesmo café puro.
Danço na corda bamba sem sombrinha, curto uma folia, faço festa sozinho na
fumaça do cachimbo, amado e odiado não tenho amigo meio termo.
Desci a ladeira, pés forrados por tênis
surrado, fitando passarinhos,
e
pessoas apressadas, entrei num bom bar, sol pra cada um, deitei cabelo num
embelezador, chegou a gelada, passou mina sem parapeito, as duas na mesa ao
lado sussurraram, que horror sem sutiã, goela abaixo precioso líquido, pensei
em esculhambar com as duas soltando a fita, que de vez em quando saio sem aparador
de badalo nem me depilo mas, achei melhor girar meu rumo num poema para a
pequena, quando virei ela já estava em versos entre beijos com a namorada. Anda
tudo chato, lisinho, asseptizado, criança não brinca descalça no pavimento, sem
germe, verme, bactéria na clausura da internet, no desconhecer da taba
indígena.