segunda-feira, 1 de outubro de 2012

o gol mil










Viva essa manhã azul de primavera
Primeiro dia útil de outubro
O mês quarta feira
novembro é quinta
Dezembro a sexta
Onde nasce o menino deus
Onde deixamos para trás
O que não deu certo
O 12 que marca a chegada do verão
Mas estamos no 10
Faltam dois trabalhos
Para o Hercules de cada tempo
E você pirando na coisa do Sisifo
Na impossibilidade da morte
Precisamos do Maracanã
Repleto de luzes para uma canção
Tanta luminosidade
Feito os olhos de Guilherme
A criança no caminho do poeta
A doçura na companhia de santos
Segunda feira
Não tem feira dona Maria
Prepare tudo com as sobras
Vou almoçar com a senhora
Não se aflija com o assado
Só não faça Jiló nem berinjela
Amargos demais
Melhor uma rúcula fresca
Verde
Como os olhos de sua filha
O seu nome a mãe de todos
Aquela que gerou a figura
O primeiro cabeludo dessa terra
Vamos estender uma prece
Uma louvação para Ronaldo
A quem devo com certeza
A minha alma
O homem que se descamisou
Por minha filha
Que deixou o chapéu
Na cabeça de meu mel
Meu amor eterno
A pessoa que se cansa
De tanta poesia
Hoje não tem Cacilda Becker
Amanhã também não
O sol arde a pele
Décimo primeiro andar
A Paulista
As estampas das mulheres
O  verde rosa de Vera Lucia
O “raiban” de Cida
Sozinho numa sala
Solto bicho
Sem sapatos
Pisando com as meias
No carpete de Luiz Reche
Olha aí o cara Áries
Assim abril
O mais cruel  dos meses
Para um certo T.S
Preciso retornar ao lavoro
Antes de desligar o sol
E  trazer o frio com ar condicionado
Vou me curvar
Numa reverencia
Para a singeleza de Rafaela
Assim tudo posto
Colocado no momento
Vou fazer
Como quando menino
Tênis Conga
Vou para o meu quadrado
Neste mundo redondo
Nessa terra que gira gira
E ninguém fica tonto
Em parte tem muitos tontos por aí
Viva Copérnico
Viva “Fuco”
Sábado de noite
A mãe de Bruna
No instante que a noite já ia
Como as caipirinhas
Falou de filosofia
Ablamos sobre isso filo
Perché quilo
Foi embora a noite
Daquele dia da criação
Vou agora
Acender a luz
Apagar o sol
Condicionar-me
Na espera das horas
Ontem olhava a vida
O  estontiante sabor do domingo
Do sorriso negro
Dos dentes lindos da negra
Sem nada para pensar
Me achei
Diante do gol mil
O momento de concretizar
Tudo
E deixar os novecentos e noventa e nove no passado
Branco e preto
Tudo em duas cores
A camisa
A pele
O mito
Pelé
O Flamengo não venceu ontem
Teve pênalti
E o goleiro pegou
Não era para ser
Não foi
Tristes também não ficamos
Esse ano
Outubro
Para a nação devia acabar agora
Nada termina assim
Sem uma agoniazinha
Não vamos nos desesperar
Temos a semana toda pela frente
E já sinto daqui o cheiro do tempero
Você deve achar que isso não tem fim
Acredite numa hora
O lance acaba
Acabando assim