quarta-feira, 8 de julho de 2015

Isabella


Isabella

tem hora que zanzamos
procurando sabores
vagamos sem destino
esse lugar
guarda poucas referências
casas se transformam em prédios
as praças acordam lares
para quem anda
tocando os pés pelas calçadas
os versos não gotejam
das pontas dos telhados
nem sempre
o que toca a retina
pode confortar a alma
não se pode partir
pensando no nada
deve-se acreditar no tudo
quereres, querer, ser
cinza era o dia
a garoa molhava o cabelo
cobria a lente sem evitar a visão
barulho sem sentido
anúncios de coisas de vídeo e áudio
essa gente que não se ouve
pode ser que se entendam
seria bem cool
colocar um som de sax ou  trompete
entre as tintas do papel
nessas linhas
por onde conversamos
no fundo, o desejo é estar com você
a solidão
é apenas esta
de estar aqui escrevendo
e você aí lendo
me dê tua mão
vamos juntos adentrar
a nublada atmosfera
vai ficar do lado de fora
tem sempre um sol, uma lua
brotando diante de ti
mire bem
já estamos cá dentro
observe os produtos bem dispostos
sinta o aroma
perceba a leveza
a cidade está mais jovem
somos na primeira década
de um século que renasce
veste uma blusa
suave tecido
saia flores do campo
você vai entender
que a tua vida é tão linda
quanto o sorriso de Isabella