domingo, 17 de maio de 2020

panguão,panguetes, panguaria



a vida ficou um tanto fora de fuso ultimamente, os horários ficaram meio perdidos, não sei se você tem essa mesma impressão, hoje, acordamos tarde, o café da manhã em retardo total, o almoço deve sair pelo horário quando a casa recebia gente para comidinhas e tragos, será uma forma de me lembrar de todos, domingo azul, digno de praia e Maracanã, saí pelo quintal com uma bela xícara de café no justo momento que o cara veio me trazer as cervejas, tinha me esquecido o horário do leiteiro, entrei no espaço que me cabe no latifúndio, coloquei as garrafas na pia para que recebessem uma bela ducha, separei uma para abrir os trabalhos hercúleos de mais um dia de dolce far niente, copo na mão, um som na vitrola aplicativa, um velho Alceu, puxa quanto tempo não escutava, ouvi o limite suportável dele que não passam de cinco canções, entrou algo na fila nada a ver com que estava na agulha, sem crise, liguei a tv no modo mudo, geralmente vejo futebol assim, as narrações são um pé no saco, o cara que era bom numa emissora quando vai para a turma da Globo segue o manual de ser imbecil, fala a óbvio, foda quando a imagem fica lá no meio da torcida com o jogo rolando, então, fui zapeando por alguns canais, são tantos e o que mais vejo nesses dias são coisas na Netflix, passo os olhos pelo noticiário uma vez por dia ou a cada dois, assim, no giro sem interesse me deparei com a imagem de alguns reunidos, que tocante a cena, brasileiros ostentando o lindo pendão da esperança, num zaz percebi confuso que ando realmente alienado, feito soldado no front sem saber que já rolou o armistício, só que não, são apoiadores do presidente vestidos de amarelo com bandeiras na mão, a pauta da reunião não trata de assuntos irrelevantes como a peste atual que nos isola porém, um contato com a peste que nos governa e a discussão profunda repleta de provas científicas de que Pitágoras era um tolo e a terra com toda certeza é plana,

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