sexta-feira, 5 de março de 2021

crônicas futiba 2 - louco por ti curintia


Crônicas futiba 2 – Louco por ti Curintia!

 

Antes da coisa motivo desse papo nosso, vou sair um pouquinho da linha para fazer um relato que, provavelmente constará de minha biografia quando for um escritor famoso ou na ausência de tal idolotria, resolver como pensionista me dedicar na escrita de um romance fictício em que serei o personagem principal enfim, certa noite meu pai chegou em casa, me tirou da mesa ainda com o frango entre os dentes, dizendo eufórico que iríamos ver uma partida do Corinthians, chegando no estádio qual foi a sua surpresa, a peleja envolvia São Paulo e Ponte Preta, diante disso, abracei as causas rubro negras, bora ao que interessa.

Estava na casa de pessoa, não por causa de pessoa, aliás, pessoa não vai muito com a cara de minha pessoa, nem sei se gosta do Fernando Pessoa que sem dúvida só não é tão solar quanto João Pessoa. Era ali por motivos protocolares, não, protocolo não, essa palavra assim como, infectologista dá certa dor de barriga nesses dias, pelo menos se estamos isolados temos um banheiro por perto. Vivemos numa cidade onde WCs públicos são tão raros como gente dizendo bom dia, já reparou? enfim, rolava uma festa qualquer, carne na grelha, cervejas variadas, o que é curioso nesse negócio de churrasco é que a  gente sempre sai do lugar com fome, pelo menos nesse dia teve um cara que ficou um bom tempo na churrasqueira, tô para fazer churrasco assim como para encher laje, apareço, até levo umas cervejas mas, não sei cortar a carne, tem um ponto no corte para que não fique dura, no caso da laje tenho as mãos finas, sou alérgico ao cimento, trabalho duro em demasia, prefiro manter distância, dureza já basta a minha.

Puxa, que coisa, acabo de me lembrar, tem hora que nos lembramos de fatos que queríamos deslembrar e brota do nada para nos chatear, era aniversário da filha de pessoa, o real motivo de me achar por ali, na verdade não era o dia do nascimento propriamente dito no entanto, nessa terra existe um certo comprometimento com o sábado, não importa a data que viestes ao mundo, a tua festa será no dia da criação comigo não violão, comemoro no dia que cai dezessete do sete e faço festa e tudo. Tinha bolo, brigadeiro além do gato assado só que, docinhos só quando “papis” chegasse, não posso deixar de dizer que roubei alguns, adoro chocolate com cerveja. O cara enfim chegou, cidadão bacana, ex-marido de pessoa, não sei nem quero saber o motivo do rompimento mas, o cara se chegou ao meu lado, ficamos de prosa, não tinha visto tamanha cabeleira até então, olha que conheço a filha dele desde os tempos de cronista de jornal de bairro, nunca tive apego em saber de privadas vidas, pessoa ficou de butuca, sigo o lema, tá no inferno abrace o diabo, ele comentou que por pouco recuou em aparecer porém, a atual mulher impôs, ou vai ou jejua durante um mês. Não perdia uma partida do timão, puxei meu telefone e disse que poderia ver ali mesmo, percebi quando pessoa quase pulou numa raiva súbita, para não ficar para trás, sacou da bolsa a verba, pagou o jogo para que o cara assistisse no sofá com todos os mimos, assim como faziam nos tempos em que adoravam um biro biro.     

 

crônicas futiba 1 - dá-me cá este milhão


 

Crônicas futiba 1 – Dá-me cá este milhão

 

Era num bar apinhado, por motivos de trabalho não poderia chegar em casa antes do apito inicial por isso, fui para um bom bar com chopp gelado, uma forma de me achar num boteco de um Leblon imaginário da eterna capital da república, achei um canto ótimo, pedi a bebida e um misto morno, dirá você: morno? sim, por essas bandas servem esta iguaria tão quente que tua boca tem que ser em aço inox, o queijo vem derretido feito chiclete mascado, impossível perceber o presunto e a casquinha do pão tipo francês saca?  Pelo meio da partida a coisa estava triste, coisa de dar câimbras nos olhos, parecia que as duas equipes tinham mandado ver numa bela feijoada na hora do almoço, nem preciso dizer que a primeira parte terminou zero a zero. Enquanto os caras procuravam pelo vestiário algum vestígio de futebol, fui para a calçada fumar o meu charuto, perfeito, enrolado numa folha só de fumo, harmonizando com uma cerveja tipo ipa, o povo da calçada meio que foi saltando, é curioso como aqui na colônia as pessoas fazem bico para o que tem qualidade enfim, não estava ali por elas, o tempo do trago e da fumaça possuem a medida certa do menosprezo pelos melhores momentos de qualquer primeiro tempo.

Voltei para o meu canto, bola rolando, foi inevitável não deixar de soltar uma palavra chula, que fez o Atanásio achar que a bebida estava quente e me trazer outra por conta da casa, agradeci e disse para ele que o nosso lateral desconhecia o objeto de trabalho, se colocassem um cone diante dele, com certeza erraria o cruzamento, chutando a bola no pobre separador de tráfego e encrencas, dois caras ao meu lado não se seguraram e riram. Confesso que não posso deixar o bom humor de lado mesmo em circunstâncias adversas, para piorar foi justamente o figura que deu condição para o tento do time adversário, felizmente numa bola vadia achamos o empate, derrubei mais algumas canecas e dali saí, com as mãos no bolso até um taxi que não era amarelo.

Como dizia o grande poeta inglês carioca Ritchie, a vida tem dessas coisas e olha só nós dois aqui. O rubro negro virou motivo de alegria após alguns anos numa pindaíba de dar pena, já estava de saco cheio de uns caras no mercadinho onde pego umas biritas, me chamarem de cheirinho, agora, entro por lá com o tal peito de pomba se é que entende? então, o nosso lateral foi para o sul, por lá se demonstrou valoroso, abro aqui um parênteses, tá medíocre o nosso querido esporte bretão, virou um treco tipo ladrão de carro de filme americano, uma coisa bem ligação direta, sem imaginação, fecho parênteses. A limitação técnica que possuía foi ajeitada por dois caras que lhe serviam de cobertura, em dado momento do troneio comentei com a flamenguista mais linda desse planeta, a Ariadne, que o cara podia ser bicampeão, não pudemos deixar de rir, se é a cara da mãe herdou do pai certo sarcasmo. Calhou que no jogo decisivo, sendo jogador do mais querido, Rodinei só poderia jogar mediante o pagamento da bagatela de um milhão de reais, desculpe, a pizza chegou, pode acessar o restante da crônica em uolesportes.com.br, saudações rubro negras.      

 

Era num bar apinhado, por motivos de trabalho não poderia chegar em casa antes do apito inicial por isso, fui para um bom bar com chopp gelado, uma forma de me achar num boteco de um Leblon imaginário da eterna capital da república, achei um canto ótimo, pedi a bebida e um misto morno, dirá você: morno? sim, por essas bandas servem esta iguaria tão quente que tua boca tem que ser em aço inox, o queijo vem derretido feito chiclete mascado, impossível perceber o presunto e a casquinha do pão tipo francês saca?  Pelo meio da partida a coisa estava triste, coisa de dar câimbras nos olhos, parecia que as duas equipes tinham mandado ver numa bela feijoada na hora do almoço, nem preciso dizer que a primeira parte terminou zero a zero. Enquanto os caras procuravam pelo vestiário algum vestígio de futebol, fui para a calçada fumar o meu charuto, perfeito, enrolado numa folha só de fumo, harmonizando com uma cerveja tipo ipa, o povo da calçada meio que foi saltando, é curioso como aqui na colônia as pessoas fazem bico para o que tem qualidade enfim, não estava ali por elas, o tempo do trago e da fumaça possuem a medida certa do menosprezo pelos melhores momentos de qualquer primeiro tempo.

Voltei para o meu canto, bola rolando, foi inevitável não deixar de soltar uma palavra chula, que fez o Atanásio achar que a bebida estava quente e me trazer outra por conta da casa, agradeci e disse para ele que o nosso lateral desconhecia o objeto de trabalho, se colocassem um cone diante dele, com certeza erraria o cruzamento, chutando a bola no pobre separador de tráfego e encrencas, dois caras ao meu lado não se seguraram e riram. Confesso que não posso deixar o bom humor de lado mesmo em circunstâncias adversas, para piorar foi justamente o figura que deu condição para o tento do time adversário, felizmente numa bola vadia achamos o empate, derrubei mais algumas canecas e dali saí, com as mãos no bolso até um taxi que não era amarelo.

Como dizia o grande poeta inglês carioca Ritchie, a vida tem dessas coisas e olha só nós dois aqui. O rubro negro virou motivo de alegria após alguns anos numa pindaíba de dar pena, já estava de saco cheio de uns caras no mercadinho onde pego umas biritas, me chamarem de cheirinho, agora, entro por lá com o tal peito de pomba se é que entende? então, o nosso lateral foi para o sul, por lá se demonstrou valoroso, abro aqui um parênteses, tá medíocre o nosso querido esporte bretão, virou um treco tipo ladrão de carro de filme americano, uma coisa bem ligação direta, sem imaginação, fecho parênteses. A limitação técnica que possuía foi ajeitada por dois caras que lhe serviam de cobertura, em dado momento do troneio comentei com a flamenguista mais linda desse planeta, a Ariadne, que o cara podia ser bicampeão, não pudemos deixar de rir, se é a cara da mãe herdou do pai certo sarcasmo. Calhou que no jogo decisivo, sendo jogador do mais querido, Rodinei só poderia jogar mediante o pagamento da bagatela de um milhão de reais, desculpe, a pizza chegou, pode acessar o restante da crônica em uolesportes.com.br, saudações rubro negras.      

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

 


Bananeira não sei

 

Sei não de rola contigo, essa coisa de desvarios para cobrir ausência de gente, decidi não fumar por um tempo mas, comprei fumo para o cachimbo, a fumaça dá certo alivio quando ganha o espaço alheio, parece que dialoga com você enquanto se perde no ar, sabe essa coisa de ser solto sem eira nem beira? pois é, ela pode fazer isso, não nasci para estar trancado assim como tu, creio eu. Por essa época de ano qualquer já estávamos prontos para viajar na segunda semana de janeiro, nessa impossibilidade comprei um videogame novo, está perto do moderno só que, não dá para ficar enchendo o saco da minha filha com jogos excessivos de FIFA, ela tem seu mundo particular, a gente que tanto critica os telefones portáteis, pelo menos no meu caso, aprendi que são o lance para cobrir qualquer lacuna. Pode ser que você também tenha essa sensação louca de todos os males num único dia, a transpiração absurda, a inspiração banal e uma baita preguiça de escrever algo, saí do inferno do Dante, diante do purgatório nem passei da primeira estrofe, o cara era brilhante, preciso achar uma brecha para o momento em que encontrará Beatriz, para isso também deverei estar me sentindo melhor, a literatura que tanto ocupa o nada, ficou chata sem um bom papo para falar sobre e sobre tantas coisas adquiri uma coisa bem legal chamada Viagem ao redor do meu quarto de um cara chamado Xavier de Maistre, se puder deveria ler, estou pelo meio do livro, trata-se de uma bela lição de como se pode transformar o vazio, trancado o autor disseca de forma divertida até, sobre o isolamento. A gente nem sabe onde isso tudo vai dar e me senti numa puta inveja da turba insana dançando “fanqui” com copos de plástico numa matéria pela tv de manhã, se é para morrer que seja assim, num paraíso infernal da maior irresponsabilidade, logo eu que sempre fui inconsequente fazendo bico para o nem aí dos outros, a velhice com certeza é uma das piores decorrências da vida. Sabe o lance, é pena não ser burro não sofria tanto? nunca me senti tanto nesse escrito do velho Raul, por falar em música tenho viajado num jazz e para não deixar de lado a rima vulgar, enquanto jaz o dia ou os dias, a possibilidade sonora misturada com a genialidade é de estourar a caixinha de som, fiquei matutando uma crônica dia desses e parei num João Donato, assim nada escrevi, me perdoe por isso papel caneta, ainda teremos muito para fazer, por hoje apenas uma saudação para o eterno.       

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Treco de guardar coisas, a TPM e o Gil Gomes



Estava o velho Panunzio no balcão, café esfriando, chafurdado num livro, caneta na boca, hábito que o pai também possuía até cair morto engasgado pela tampinha de uma esferográfica. Quando me contou essa história não pude deixar de comentar com certo humor, que se tratava de uma esferotrágica.  Pousei no Moacir no intervalo do trabalho, precisava de uma cerveja para clarear um tantinho as ideias, pelo jeito meu amigo de taberna se encontrava no mesmo paradigma (bonita essa palavra paradigma), a coisa de estudar Direito sempre foi motivo para que tirasse um sarro de alguns conhecidos desse oficio afinal, fazem uma petição ou uma defesa oral carregados de citações de diversos livros, para depois chegar num raciocínio um tanto curto que leve o júri ou juiz a acatar o que estão reivindicando, claro que isto requer a necessidade de estarem sempre atentos para as inovações literárias do meio.
A carreira jurídica é um intrincado jogo de xadrez repleto de variações, as peças ali dispostas, movimentos precisos para evitar um mate que nesse caso se trata de prejuízo financeiro/condenação do cliente, toda queda do rei no tabuleiro demonstra habilidade, o vencedor sai como gênio e o perdedor fica em nuvens se achando um tremendo estúpido. Sempre achei o cavalo uma peça fabulosa, figura capaz de transformar uma derrota premente em empate no mínimo, a leitura extenuante de meus camaradas deve ser a representação desse elemento do jogo, uma maneira de perpassar com habilidade sobre as palavras que procuram defender. Quando a defesa é de um crime fica ainda mais complicado, o velho “Nunzio” como gosta de ser chamado é ambidestro no meio advocatício ou seja, cível e criminal.
- Não quer trocar esse pretinho frio por uma loira gelada? Disse para ele de supetão.
- Tudo bem? Nem vi quando chegou, estou tentando achar um jeito de defender uma senhora que assassinou o marido.
- Traição?
- Que nada, o cara era um santo, bebia socialmente nos finais de semana, participava da comunhão dominical, só tinha um filho por questões econômicas e ecológicas, pagava as contas em dia, olhando a capivara dele em branco você até chora.
- Não dá para sair dessa?
- A grana é boa, já me adiantou um tanto só para evitar dano maior.
- Tipo trinta anos vendo o sol nascer quadrado?
- Bem por aí, sorte dela que ainda não tem pena de morte por aqui.
- Qual motivo?
- É até engraçado embora, trágico, a porra de um tapawer que nem original era.
- Como assim?
- O cara ao lavar a louça, jogou fora o treco plástico que estava cheio de gordura, ele não estava num belo dia pelo fato de seu time ter levado uma surra no jogo das onze da manhã, ela viu a cena, começaram a discutir colocando outros temas no furdunço, a coisa descambou no domingo ensolarado numa faca ensaboada no meio do bucho do cabra.
- Caso clássico de TPM e corintiano frustrado.
- Como sabe do time?
- Fazia tempo que não metíamos cinco nos gambás.
- Pois é, TPM e?
- Puxa, essa questão hormonal é ferro na boneca.
- Nem me fale, quando Surica tá nesses dias nem me aproximo.
- Conhece o caso da Amélia frango a passarinho?
- Nunca ouvi falar.
- Deu no Gil Gomes.
- Esse cara já morreu faz tempo.
- Olha só, quando era criança a minha mãe colocava água para ser benzida ao lado do rádio, antes da entrada do padre, tinha o programa dele, eram casos que ficavam ainda mais assustadores pela entonação que ele tinha, era uma voz tão sinistra quanto a do cara que anunciava a sessão de terror da meia noite de sexta. Certa vez, narrou o caso de uma mulher que ao lado do marido tinham uma birosca no Jardim Pirajussara, o marido por engano acabou jogando no lixo uma vasilha que continha duas galinhas que ela tinha depenado, limpado e cortado de madruga, após uma longa discussão ela o acertou no meio da testa com uma machadinha, a mesma que tinha utilizado para cortar a cabeça das aves, sem piedade, com o homem caído deu mais duas machadadas no pescoço, na época não tinha essa de tensão pré menstrual, quase foi linchada pela vizinhança, óbvio que foi condenada, alegaram que tinha problemas mentais então, foi cumprir pena eterna num presídio para loucos, deve ter saído até no Notícias Populares isso.
- Caramba.
- Vai um gole?
- Fica para a próxima.  Recolheu os seus pertences, pagou pelo café sem que tenho tocado e se foi.
Alguns dias depois me mandou um sms, convite para uns tragos lá pelas sete da noite, o dia estava ótimo para uma gelada, bom beber na terça, apenas bebedores profissionais no recinto, quando cheguei ele já estava por lá.
- Quanto tempo hein?
- Estava enrolado no caso que te falei.
- Que que deu?
- Achei o jornal que me falou, bolei uma explanação repleta de absurdos e não é que a dona se safou?
- Inocente?
- Nem tanto querido poeta, pegou cinco anos apenas, a despesa hoje é por minha conta.
- Opa, que beleza, tá com fome, que tal um franguinho? Soltou uma gargalhada e emendou:
- Pode ser uma porção de filé acebolado?
- Claro, não podia deixar tirar uma onda com a sua cara.


domingo, 7 de junho de 2020

Samba jambo


Tem esse lance que carrego comigo, de utilizar palavras que já não se usa mais, poeta com conhecimento parco em gramática, já tive um nome, depois virei número e é nessa condição que me encontro até hoje. Tenho a senha na fila do leite poesia, provável que o luminoso permaneça apagado para os dígitos que seguro, curto mesmo café puro. Danço na corda bamba sem sombrinha, curto uma folia, faço festa sozinho na fumaça do cachimbo, amado e odiado não tenho amigo meio termo.
Desci a ladeira, pés forrados por tênis surrado, fitando passarinhos,
 e pessoas apressadas, entrei num bom bar, sol pra cada um, deitei cabelo num embelezador, chegou a gelada, passou mina sem parapeito, as duas na mesa ao lado sussurraram, que horror sem sutiã, goela abaixo precioso líquido, pensei em esculhambar com as duas soltando a fita, que de vez em quando saio sem aparador de badalo nem me depilo mas, achei melhor girar meu rumo num poema para a pequena, quando virei ela já estava em versos entre beijos com a namorada. Anda tudo chato, lisinho, asseptizado, criança não brinca descalça no pavimento, sem germe, verme, bactéria na clausura da internet, no desconhecer da taba indígena.

domingo, 31 de maio de 2020

Que musica tu és?



Certa vez entre tragos e charutos, ficamos anestesiados com Tom Jobim interpretando Saci, éramos dois figuras soltos pelo quintal num fim de tarde, meu prezado Ronaldo Madureira soltou a frase fatal:
- As pessoas não precisam de amor, elas precisam de música. Cancerianos que somos passamos a viajar nisso em pleno domingo segunda feira (vivemos eternos domingos), imagine se cada pessoa é uma música? Na preguiça domingueira ouvimos várias canções, secamos diversas garrafas mas, não chegamos numa que seria a de cada um, o resultado prático foi uma feliz embriaguez.
Nesses dias noiados em que nos encontramos, as canções acalentam a ausência de abraços então, cada faixa que vai tocando na lista é uma pessoa que anseio rever um dia.   

domingo, 24 de maio de 2020

take godard



Olhares trocados entrelinhas, castanho verde, sardinhas no rosto, se foi tragando dia soltando noite, desceu cachaça suave, depois queimou a alma, nos guardamos por segundos, teve magia, a tal pegada podia ter existido, a tomada branca e preta, um beijo de quem nunca se viu além do vazio da hora, cada um para o seu lado, cena vida, película sem conclusão, no fundo sem fim início meio, jamais no mesmo plano iremos nos encontrar,