sexta-feira, 30 de março de 2012

Dia do brinquedo

Vi um antigo amor no meio do supermercado que nem olhou para a minha cara, faz um bom tempo que terminamos que o antigo amor nem se lembra mais da minha figura, está diferente, não mudou para a melhor, o maridão encostou com um salame, ela aprovou e se perdeu com ele pelo super, fiquei ali parado, olhando,puxa que memória eu tenho não? Lembro-me de gente lá do tempo do onça, embora não tenha conhecido o senhor onça, você que me lê conhece o senhor onça? De que tempo afinal ele é? Estar assim largado no meio das compras é bem chato por isso vou bolando algumas historias, teve uma época que até era legal fazer compras, é bem provável que isso foi lá na minha infância quando não precisava abrir a carteira, quando era só pedir as coisas com jeitinho que mamãe resolvia o problema. Em meio a essa rotina mensal, um tema sempre me ronda a minha cuca que é o tal do setor de absorventes, são tantos, de formas e formatos diferentes que dá uma bela crônica, com abas, sem abas, com perfume, sem perfume são vários tipos, na minha infância se chamavam apenas modes e a marca era Sempre Livre, tem também os internos, deve ser a variedade que me impossibilita de desenrolar esse texto, vai que pinta uma mulher de plantão para dizer que faltou aquele e coisa e tal, fico parado um tempo enquanto o meu novo amor escolhe o seu absorvente, tenho a impressão que ela sempre troca, só que quando tenho que comprar para, me diz que quer aquele assim assado. Vou parar com essa encheção de lingüiça, afinal nada do que disse tem a ver com o titulo da crônica, acontece que é legal ficar de bobeira escrevinhando para não esquentar a cabeça com o rancho (lá em Barra do Turvo a compra do mês se chama rancho), outro dia encontrei no hipermercado um carrinho Pé na tabua, puxa quando eu era criança tive um, era o meu xodó, o levava para todo canto, nem sabia que a Ferrari existia e o meu carrinho era vermelho com calinho e tudo, era acordar e pé na tabua para a escola, como diz o padre, naquele tempo tudo era diferente, tão diferente que não podíamos levar brinquedo para a escola, hoje não, as crianças toda sexta podem levar um brinquedo para a escola, a bambina sempre escolhe alguma coisa para levar, hoje, por exemplo, é sexta depois da quinta que venho depois da quarta, não vamos falar do passado não é mesmo? o final de semana tá chegando, voltando a questã como diria o velho Tavares (sim o Tavares diz questã) ontem fomos para a farra, toda farra gera certa ressaca, atrasos no dia seguinte, assim acordamos aos solavancos com se estivéssemos nesses ônibus modernosos de São Paulo, Corre, escova os dentes, arruma o cabelo, pega o sapato, abotoa a camisa, puxa o cinto, escadas, cadeado no portão, rua, papo furado,sempre vamos conversando, chegamos na escola e ela me pergunta do brinquedo, puxa como poderia me lembrar? chorou e é chato quando lágrimas rolam assim pela manhã,acho que era mais pelo sono, uma professora percebeu e a levou para escolher um brinquedo numa sala da escola,fiquei esperando o desfecho que até perdi o meu ônibus, saiu da sala com uma boneca, dei tchauzinho, mandei beijo, ela nem olhou para a minha cara,fiquei triste, mão no bolso e sem a menor pressa de dar um pé na tabua. Quase me esqueço de dizer, que enquanto íamos para escola ela comentou que adorou a bagunça da noite passada.

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