quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sem pronome ou ponto, sem compromisso

Manhã azul quinta feira, tem feira na esquina, gente gritando apelando para que se compre a laranja, a moça passa, nem olha, quer pastel, quer garapa, quer curar a ressaca, casa, descasa, se muda, vai para outra parte, atualiza no facebook, condição de separada, sem relacionamento sério, nem emocional, nem financeiro, garapa, curar a ressaca, vai por estas bandas, esbordeio, porra na solidão outra vez, não acredita no mantra, antes só que mal acompanhada, não sente saudade da figura, pensa no sexo, pensa nas contas, essa coisa de devolver a chave, sol quinta feira, a Paulista inunda venenos suaves, garapa, METRÔ, um trem depois das sete, a terra não para, tiraram o acento das coisas, reformaram a língua, vagão bacana, poucos lugares para se sentar, pés que se tocam, pés frios, gente da metrópole, pessoas apressadas, a confusão das manhãs em que parece que ninguém olha para o céu, ninguém olha para os olhos verdes belos, o verde da vida, a verdura para deixar o corpo saudável, o verde da cana, a cachaça para deixar a mente relaxada, o verde da floresta, chega de verde, hoje ela saiu de vermelho, veste essa cor quando se apaixona, usa essa cor quando quer botar para fora os seus deuses interiores, chega de demônios afinal, em todo canto tem algum espreitando, pintando de lado na coisa do bobeou dançou, faz tempo que não danço com o meu amor, a moça esbarra num cara qualquer, os dois querem pimenta pela manhã, doce chega a vida, precisam de algo que combine com o sol da tarde que arde,deixa a gente cheio de sede, vai você, não você, os dois sorriem, se olham, pastel de palmito, outro de carne, a pele, esse dia do compasso esperando a sexta.

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