quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sacolão cultural

Uma manhã de domingo é sempre de preguiça, às vezes alguma ressaca e quase sempre vamos até a feira para comer um pastel, beber uma garapa e ir despertando devagar. No domingo que passou o sol nos convidou para outro programa, Ariadne e Paulinha se encheram de protetor solar e foram nadar no SESC Pinheiros e eu fui para a Praça Elis Regina, combinamos de nos encontrar para o almoço.
Outro dia a população vizinha da Praça organizou um abaixo assinado para vetar o projeto de um túnel que passaria por baixo dela, uma dessas intervenções urbanísticas que só prejudicam a população local, coisa para desafogar o tráfego de veículos, em São Paulo não se investe em gente, em São Paulo não se investe em transporte público de qualidade, o abaixo assinado deu certo e o projeto foi arquivado, espero que para sempre.
A Elis Regina hoje tem aparelhos para exercícios físicos, possui diversas árvores que nos protege do sol impiedoso desses dias, brinquedos para as crianças, um local perfeito para se organizar um sacolão Cultural que é um espaço onde os produtos oferecidos são musica, poesia, artes plásticas e outras manifestações artísticas.
Há um problema pairando a cuca do Prefeito de São Paulo de que artista de rua e camelô são a mesma coisa, cultura para o Prefeito não é coisa que se faz na rua e ele procura impedir que as pessoas organizem eventos nas praças, uma vez que não fornece um palco para os artistas e uma mínima estrutura de sonora. Contra esse tipo de pensamento algumas experiências brotam pela cidade e uma dessas experiências é o tal Sacolão Cultural.
Quando cheguei havia um pequeno grupo de pessoas reunidas como se estivessem num piquenique, bolo, suco, pandeiro, violão, voz e paz muita paz, aos poucos outras pessoas foram chegando e uma roda de choro se formou, algumas pessoas pararam em torno da gente para ouvir a música e conhecer aquele povo que ocupava a praça com arte e sem alarde.
Dia 27/02 por volta de dez da manhã vai rolar outro Sacolão Cultural, sugiro aos organizadores que desistam de pedir qualquer ajuda para o Poder Público, é melhor uma experiência anarquista onde cada um divulga do seu jeito, onde cada um leva um verso, um instrumento, uma flor, seria bacana bolar um texto para informar aos transeuntes a proposta do Sacolão Cultural, de qualquer maneira foi uma manhã mágica de domingo revendo velhos amigos e tento contato com novos companheiros.


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