sexta-feira, 20 de maio de 2011

londrina final - o matrimônio

A primeira coisa que perguntei para o Alcides quando o conheci foi sobre o time do Londrina Esporte Clube, afinal, qual era motivo para a equipe ser chamada de tubarão se não tinha mar na cidade? o canalhão riu de forma tranquila, ele não é chegado as gargalhadas, acho que quese sempre sorriu de forma contida. Nossa amizade começou quando decidi estudar a língua italiana, só familiares e doidos resolvem estudá-la, me encaixo no segundo grupo, só é falada na Itália e olha que existem determinadas regiões onde a população utiliza mais o dialeto local do que a língua pátria, ele queria ir trabalhar no velho mundo e eu apenas dar um giro por aquele belo país.  Depois da aula, de vez em quando, bebíamos algumas para assentar as variações verbais, e como amizade não brota em leiteria nos tornamos grandes amigos, virou figura certa nos churrascos e bagunças que faço lá em casa, o problema é que São Paulo engole gente, alguns se deixam levar por isso e até curtem, o bravo cidadão “londrino” (londrinense) se tornou paulistano, abro um parênteses, você sabia que Londrina tem esse nome por causa da construção das linhas férreas no Brasil? durante este período foi acentuada a imigração de ingleses naquela região, pelo menos foi o que li na lista telefônica, fecho parênteses, descolou um trampo bacana perto da AV. Paulista e para não chegar tarde ao trabalho, o cara se mudou para Pinheiros, saindo do sufoco do trânsito do Butantã, a sua Itália ficou distante com o trabalho, a minha com a gravidez da Paulinha, talvez um dia possamos viajar todos juntos para Roma, quem Sabe?
Sumiu durante um bom tempo, ligava para o fulano e ele dizia que estava em Londrina, esses desaparecimentos cheiram a rabo de saia confidenciei para as fumaças do velho cachimbo, não é que essa meditação carregada de aromas chocoláticos estava certa? Um dia ele me aparece feliz, pisando em ovos, acho que até soltou certa gargalhada, bebeu, dançou, não se atirou em lagoa nenhuma, antes de partir num taxi branco, disse que estava apaixonado. Ecco, va bene, não tardou e tempos depois conhecemos a moça, a bela Raquel. Às vezes você fica procurando uma palavra, um verso perfeito, essa coisa de procurar a poesia e o velho/novo amigo encontrou este verso, que brotou nas terras vermelhas de sua cidade, há poesia em Londrina? sem dúvida que há, tem poetas em Londrina? descobri vários e foi por causa deste pequeno opúsculo que formam, que nos deslocamos até lá.
Evoé meus caros, sejam felizes.

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